segunda-feira, 22 de junho de 2009

Agora uma poesia de Pablo Neruda

Não te quero senão porque te quero


e de querer-te a não querer-te chego


e de esperar-te quando não te espero


passa meu coração do frio ao fogo.



Te quero só porque a ti te quero,


te odeio sem fim, e odiando-te rogo,


e a medida de meu amor viageiro


é não ver-te e amar-te como um cego.



Talvez consumirá a luz de janeiro


seu raio cruel, meu coração inteiro,


roubando-me a chave do sossego.



Nesta história só eu morro


e morrerei de amor porque te quero,


porque te quero, amor a sangue e fogo.


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