domingo, 29 de novembro de 2009

A obra - Casa Grande e Senzala

Um grande marco no estudo da brasilinidade e da formação da sociedade brasileira. Casa Grande e Senzala escrito pelo sociólogo pernambucano Gilberto Freyre e bem aproveitado pelo governo de Getúlio Vargas, mesmo que criticado por muitos, ainda é uma obra a ser estudada e recomendada nos meios acadêmicos, principalmente da sociologia, história e antropologia. Com uma escrita simples e bem detalhista de sua tese da formação do povo brasileiro, abriu lacunas a serem completadas ou revisadas pelos estudiosos da área de humanas. A junção das três raças (branco, negro e índio) é o objeto principal de Gilberto Freyre para explicar e valorizar a camada social brasileira. A figura do senhor branco preguiçoso na rede da Casa Grande comandando seus cativos e os trabalhos da lavoura, a força do trabalho escravo e sua adaptação a uma nova terra tão longe de sua África-mãe e a inflência da família indígena rodeada de seus filhos e parentes num mesmo ambiente, contribuiu para formação do Brasil que hoje vivenciamos. Uma obra cativante e significativa para o entendimento do que somos. Vale conferir!

sábado, 28 de novembro de 2009

A promissora China


O legado chinês para a História é notório e alcança todos os ramos do saber humano: culinária, ciência, filosofia, medicina, matemática, religiosa, militar e outros. Desde as dinastias antigas chinesas até a trajetória e aventura de Marco Polo pela Ásia, a China manteve praticamente indiferente para o ocidente, apenas notícias de alguns mercadores que praticavam o comércio pelo oriente próximo para a Europa.

O papel, a pólvora, o ábaco, o macarrão são exemplos de modificações trazidas para o ocidente. As navegações empreendidas pelos portugueses posteriormente aos genoveses, alcançaram uma riqueza mais profunda do que o comércio avançado chinês já fazia pelo oceano índico naquela época. As muitas feitorias instaladas pelos portugueses pelo litoral chinês fez fervilhar de produtos nunca visto na Europa.

A perda desse rico mercado que os portugueses adquiriram aos ingleses, fez da grande China uma potente e rica colônia para a Grã-bretanha no século XIX e XX. O atraso que foi imposto a antes promissora cultura chinesa, tornando-se um manacial de pobreza, analfabetismo generalizado, mortalidade infantil altíssima, uma China insalubre e doente, além de importante comércio e exportador de ópio.

Após a Revolução Chinesa de 1949 e a transformação de colônia exportadora para socialismo maoísta, voltado para a política de crescimento agrário e industrial de base, elevando sensivelmente a economia chinesa para melhores níveis. O mais importante e interessante nesta trajetória da politica chinesa foi a abertura de sua economia para o capital externo, trasitante para um capitalismo forte e agressivo dentro de uma nação comunista. Esta transição que de início foi lentamente se praticando na China, transformou numa potente economia capitalista que avança em passos largos para outros mercados no mundo todo, inclusive América Latina e África.

O descaso e vista grossa que os EUA fizeram após a queda do socialismo na Europa, deixando de lado a América Latina e África se voltando mais para a Europa e Oriente, abriu uma brecha importante para a afirmação do mercado chinês e concretizando novos contratos comerciais nestes novos pré-satélites para a China. Agora é ver para crer na transformação de uma nova potência mundial. Esperamos que essas transformações sejam encaminhadas em paz e com justiça para todos. E certamente esperamos que sejam para o bem.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

A Teresópolis inglesa


A notória vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil e com a transferência do aparato político e econômico para o Rio de Janeiro foi um marco na História do Brasil. Os tratados firmados entre Portugal e a Inglaterra, apesar de desiguais e vantajosos para os britânicos, impulsionaram a economia e o urbanismo na corte do Rio de Janeiro. Muitos súditos britânicos aportaram no Brasil e principalmente na capital fluminense. George March foi um deles. Comerciante bem sucedido e influente ca corte do Rio de Janeiro, tinha uma das mais belas casas na enseada de Botafogo (*).

George March adquiri por sesmarias terras na região da serra dos órgãos chamada Santo Antônio do Paquequer, hoje município de Teresópolis no estado do Rio de Janeiro, vastas terras em que irá construir uma grande casa e diversos empreendimentos como: plantações de hortigranjeiros e frutas, criação de cavalos e cabras, aluguel de casas, hotelaria. Apesar da política de patrulamento e proibição do tráfego negreiro pela Grã-bretanha, este súdito inglês, assim como muitos no Brasil, possuia escravos em sua fazenda-modelo.

George March impulsionou e incentivou a subida à serra dos órgãos e o incremento econômico e povoamento da futura cidade de Teresópolis. Certamente o colonizador da cidade. Outros ingleses subiram à serra fugindo do calor escaldante da corte do Rio de Janeiro. Através de cobrança de alugueres de suas casas construídas ao redor da fazenda-modelo, George March incentiva e torna-se um pioneiro do veraneio. Outros ingleses irão fixar e comprar terras na região(**), influenciados por George March.

Com seu clima ameno a agradável nos verões, floresta exuberante e linda vista da serra dos órgãos, Teresópolis pode se intitular como a cidade colonizada e incrementada por ingleses. Mas o mais importante foi surgimento de uma região abastecedora hortigranjeiros e frutas para a corte no passado até os nossos dias. Prática iniciada pelo súdito inglês George March.


(*) Gilberto Freyre "Ingleses no Brasil"

(**) Gilberto Ferrez "Colonização de Teresópolis"
Imagem acima da casa de George March de 1838 por William Gore Ouseley.