domingo, 19 de julho de 2009

Cavalo e cão na consquista da América

A conquista dos espanhóis na América, parte que cabia pelo Tratado de Tordesilhas, foi implementada com objetivos principais para obtenção de metais preciosos. Muitos meios foram utilizados pelos mesmos na conquista. Como poucos homens conseguiram sucesso diante de civilizações organizadas e numerosas como as dos Incas, Astecas e Maias? Por meio da cruz e da espada, além de outros meios que aterrorizaram as populações autóctones.
A força do metal e fogo sobre as flechas dos índios foi o que mais contribuiu para a conquista de largas regiões da América. Com espada, canhão, arma de fogo, armaduras, conseguiu conter e aprisionar grandes contingentes indígenas.
Outros meios foram utilizados pelos espanhóis na América como o cavalo e o cão. O impacto que o cavalo proporcionou aos povos indígenas da América foi significante para a conquista. Avisão que o índio tinha do conjunto de homem e cavalo era como se estivesse observando um corpo só. O índio mais aguerrido ao atingir e conseguir derrubar o cavalo, ficava estupefatoao ver que o cavaleiro se "desgrudava" do corpo do animal e ainda vivo, ou seja, para o índio era a formação de um corpo só e que mesmo matando o cavalo ainda continuava vivo e dividia-se em dois corpos. Este foi o primeiro impacto com o cavalo até entender o sentido do cavalo e cavaleiro, mas a altura elevada do conjunto de cavalo e cavaleiro acima de suas casas, conseguiu impor o terror sobre os povos indígenas.
O cão foi outro animal bem utilizado pelos espanhóis e pouco pesquisado pelos historiadores. Cães treinados na caça e perseguição eram armas poderosas para impor medo e fraqueza diante de aterrorizadas tribos indígenas. Enquanto os conquistadores espanhóis com suas couraças, armas de fogo e elmo recebiam chuvas de flechas, cães atacavam os guerreiros indígenas impondo-lhes terror e debandada, que provavelmente tornavam presas fáceis para os conquistadores espanhóis.
Tanto o cavalo e quanto o cão se tornaram animais na cultura indígena posteriormente. Adaptados como animais domésticos pelos índios, cão e cavalo fazem parte de suas vidas hoje em dia. O cavalo largamente utilizado pelo índio como boiadeiro e o cão sempre visto nas aldeias indígenas como companhia e guardião. Não sabem eles que esses dois animais foram o terror do seus antepassados, mas se os povos indígenas de hoje sabem disso, os tornam conscientes e sabedores que é o homem o grande incentivador do terror que foi imposto as grandes civilizãções do continente americano.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Aventureiros e empreendedores


A conquista do espaço e da lua foi realmente um marco histórico do nosso tempo e sem dúvida um empreendimento acelerador de novas tecnologias. Mas e o que foi a expansão marítima para o olhar do homem do século XV? Certamente a mesma coisa. E para a História um acontecimento da maior grandez já vista naquele momento.
Portugal de costas para a Europa e de frente para o Oceano Atlântico e como Estado Monárquico centralizado, diante de uma Europa fragmentada de reinos e principados fragilizados, toma a dianteira para o grande empreendimento que transformaria a Europa feudalizante. Com apoio financeiro de Flandres, a expansão ultramarina portuguesa coloca em xeque a teoria vigente na época do "mar tenebroso", com monstros marinhos e com abismo sem fim. Astrolábios, mapas, bússulas, novas constelações descobertas, avanços nos conceitos geográficos, entre outras concepções que inovariam a aventura expansionista além mar. Imaginar um punhado de europeus, na transição de sua era medieval para a moderna, desbravar o desconhecido com elmo, mosquetão, espada e canhão, é o mesmo que igualar a chegada do homem à lua. Mas para o homem chegar ao espaço foi necessário um grande empreendimento de homens aventureiros para o mar. Será que podemos dizer que foi um ponta pé para a globalização?
O que devemos pensar é que o mercado globalizado hoje em dia deve-se muito a grande expansão marítima de outrora.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Alhos e Cebolas!

A fase das grandes navegações que Portugal e Espanha foram os primeiros Estados Monárquicos aconsolidar o mercantilismo além mar. Os grandes navegadores portugueses que se aventuraram pelo Atlântico contavam com diversos marujos e aprendizes analfabetos que nem sabiam distinguir lado direito e esquerdo no manuseio do timão das Caravelas. Os capitães dos navios usavam como artifício para que seus marinheiros soubessem os lados que deveriam direcionar um punhado de alhos de um lado e cebolas do outro no timão. O capitão gritava quando queria mencionar que virasse o lado esquerdo por exemplo: _ Vire pra alhos!!
Assim chegaram esses heróicos navegadores a diversas partes do mundo.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Hino da França: Que hino bonito! Que letra horrível!

-Que todos acham o hino francês bonito é notório, mas a letra...
1 Avante, filhos da Pátria, O dia da Glória chegou. O estandarte ensangüentado da tirania Contra nós se levanta. Ouvis nos campos rugirem Esses ferozes soldados? Vêm eles até nós Degolar nossos filhos, nossas mulheres. Às armas cidadãos! Formai vossos batalhões! Marchemos, marchemos! Nossa terra do sangue impuro se saciará!
2 O que deseja essa horda de escravos de traidores, de reis conjurados? Para quem (são) esses ignóbeis entraves Esses grilhões há muito tempo preparados? (bis) Franceses! Para vocês, ah! Que ultraje! Que élan deve ele suscitar! Somos nós que se ousa criticar Sobre voltar à antiga escravidão!
3 Que! Essas multidões estrangeiras Fariam a lei em nossos lares! Que! As falanges mercenárias Arrasariam nossos fiéis guerreiros (bis) Grande Deus! Por mãos acorrentadas Nossas frontes sob o jugo se curvariam E déspotas vis tornar-se-iam Mestres de nossos destinos!
4 Estremeçam, tiranos! E vocês pérfidos, Injúria de todos os partidos, Tremei! Seus projetos parricidas Vão enfim receber seu preço! (bis) Somos todos soldados para combatê-los, Se nossos jovens heróis caem, A França outros produz Contra vocês, totalmente prontos para combatê-los!
5 Franceses, em guerreiros magnânimos, Levem/ carreguem ou suspendam seus tiros! Poupem essas tristes vítimas, que contra vocês se armam a contragosto. (bis) Mas esses déspotas sanguinários Mas esses cúmplices de Bouillé, Todos esses tigres que, sem piedade, Rasgam o seio de suas mães!...
6 Entraremos na batalha Quando nossos antecessores não mais lá estarão. Lá encontraremos suas marcas E o traço de suas virtudes. (bis) Bem menos ciumentos de suas sepulturas Teremos o sublime orgulho De vingá-los ou de segui-los.
7 Amor Sagrado pela Pátria Conduza, sustente nossos braços vingativos. Liberdade, querida liberdade Combata com teus defensores! Sob nossas bandeiras, que a vitória Chegue logo às tuas vozes viris! Que teus inimigos agonizantes Vejam teu triunfo e nossa glória.
-Agora muitos dirão: que letra sanguinária e cheia de vingança. La Marseillaise, composto por Claude de Lisle em 1792, adotado como hino revolucionário, tem uma conotação aguerrida e de conclamação para a luta contra os estrangeiros, ou seja, aos austríacos. Só foi confirmado como hino nacional francês com a instauração da III República em 1879. Para não levar susto com a letra, o ideal seria entender o contexto histórico da Revolução Francesa e posterior consequência que influenciaria na questão da da derrocada do absolutismo na Europa.
-Aux armes citoyens!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O Rio de Janeiro que queríamos



O Rio de Janeiro que deixou saudades. Todos ouvimos das pessoas que nasceram mais de 50 anos atrás que a cidade do Rio de Janeiro era maravilhoso, taí o título de Cidade Maravilhosa merecido. Uma cidade com ruas limpas, pessoas educadas, trânsito organizado e tranquilo, sem pivetes e traficantes nos morros. Uma cidade que deixou saudades para muita gente nostálgica, tão diferente do que vivenciamos hoje em dia. Mas de qualquer forma, parabéns por ter sido tão maravilhosa!

Obs.: Imagens do acervo do Arquivo Nacional.





domingo, 5 de julho de 2009

O Tenentismo - 5 de julho de 1924


O movimento tenentista iniciado no dia 5 de julho de 1922 com a revolta do Forte de Copacabana (18 do forte), foi conduzido sem uma ideologia política definida com o propósito de por fim a oligarquia dominante no Brasil. De origem urbana e reivindicação o voto secreto, ensino público obrigatório e o fim do voto de "cabresto" que dominaram as eleições da República Velha. E o movimento armado de 5 de julho de 1924 em São Paulo por jovens oficiais comandados pelo general Isidoro Dias lopes tomariam dimensões mais amplas com o mesmo grupo de revoltosos cortando o país do sul ao norte recebendo apoio e adesão de outros revoltosos como Luís Carlos Prestes do Rio Grande do Sul e de Siqueira Campos. Mais conhecida como Coluna Prestes, este grupo de revoltosos contra a política do "café com leite" que implicava enorme atraso social e econômico com a dependência do café como principal impulsionador da economia brasileira. O movimento tem seu fim com o asilo de boa parte do grupo remanescente de maltrapilhos e desfigurados da outrora invencível coluna na Bolívia. Com articulações de partidos como o PCB para o retorno do grupo ao país para tomado do poder do presidente Washington Luís, desta vez com uma política ideológica mais definida, o movimento enfraquece com a tomada do poder do país por Getúlio Vargas em 1930.

sábado, 4 de julho de 2009

O dia 4 de julho para os EUA


Com forte influência do liberalismo e do iluminismo, a guerra de independência ou revolução americana com apoio de tropas da França e da Espanha contra a Inglaterra, pois fim ao domínio britânico na região. A data 4 de julho de 1776 é comemorada nos EUA como data principal no seu calendário nacional. Mais do que enfrentar o poderio inglês foi sem dúvida a ascensão da nação dos Estados Unidos da América do Norte como plataforma de uma nação hegemônica no futuro. A formação da República Federativa dos EUA influenciaria posteriormente na Revolução francesa de 1789. A Constituição de 1787 da nova nação dá novos ares de uma ideologia que estava para ser deflagrada em todo o continente americano. Com garantias a propriedade privada, liberdade comercial e os direitos dos cidadãos, a Constituição iluminista dos EUA esqueceu de tratar de um assunto delicado que era a escravidão. Manteve-se a estrutura escravista do sul com a forte burguesia capitalista do norte, o que acarretaria um conflito de enormes proporções na Guerra de Secessão (1861-1865). Certamente a o dia 4 de julho tornou-se um grande acontecimento histórico que influenciou mundialmente a formação geo-política de interesses.

A Escravidão no Brasil

Um meio de acumulação de capital pré-capitalista implantado no Brasil pelos portugueses. De base mercantilista voltado para a produção da "plantation", a mão-de-obra escrava africana conduziu de forma eficaz a economia colonial e da metrópole. Deixou profundas marcas na sociedade brasileira tanto de cunho cultural, social e econômica. Com a abolição da escravidão tardia, os seus reflexos fazem sentir em nossos dias.

Obras para o bom entendimento do assunto:
"Casa Grande e Senzala" de Gilberto Freyre
"Da senzala à colônia" de Emília Viotti da Costa

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Palavras de Joaquim Nabuco

"Por hora pintamos a traços largos o painel da escravidão. Queremos que ele esteja diante de todos palpitante, vivo. Vamos meter a mão na grande ferida de nossa pátria: vamos detalhá-la em suas origens, em seu diagnóstico, depois veremos como ela há de ser curada. É uma instituição que aderiu a nosso país desde que ele acordou para a vida: foi quase contemporânea do seu descobrimento; foi regada nas raízes por gerações inteiras: o egoísmo, o interesse, a ambição, o cinismo de três séculos atentaram-na, fecundaram-na; em cada torrão de nosso solo caiu uma semente sua, cada fonte de nossa produção saiu de seu grande manancial, o rendimento nacional como o rendimento público são sua seiva. Ela, com uma força de absorção desmensurada, invadiu a civilizada de nosso país; e pôs-se-lhe em frente como obstáculo: as artes pereceram ao seu influxo, as letras, as ciências, nobres profissões de homens livres, só acharam perante si senhores e escravos (...)"

Joaquim Nabuco