segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vale a pena ver



Da obra de Machado de Assis, este filme conduz através de uma viagem no tempo explorando fontes de arquivos dos séculos XVIII e XIX em consonância com o nosso tempo. Bom para refletir em quais meios a sociedade do Brasil foi criada.

Filme: "Quanto vale ou é por quilo?"

sábado, 27 de junho de 2009

A beira de 1 bilhão!




O anúncio da agência da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) que a barreira de 1 bilhão de pessoas, em consequência da crise financeira internacional, passaram fome no mundo. Segundo a FAO, a maioria das pessoas subnutridas vive em países em desenvolvimento, conforme abaixo.
Prognósticos para este ano:
-53 milhões na América Latina e Caribe;
-642 milhões na Ásia-Pacífico;
-265 milhões na África Subsaariana;
-42 milhões no Oriente Médio e África do Norte;
-15 milhões nos países em desenvolvimento.
Esta projeção assustadora da agência da Organizações das Nações Unidas, evidencia a falta de política firme e substancial para a redução da chamada "insegurança alimentar". Enquanto não houver maior distribuição de renda, política familiar nos países em desenvolvimento, maiores investimentos para gerar empregos e melhorias nas lavouras com implementos técnicos agrícolas nas terras incultas dos países em desenvolvimento para produção de alimentos, mais pessoas somarão a estas estatísticas alarmantes. Que tal inverterem a produção de armamentos para a produção de alimentos? Distribuir a quem precisa? E certamente haveria um excedente fabuloso para comercializar e lucrar!


Para acompanhar: vejo o noticiário no Jornal do Brasil de 20/06/2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Agora uma poesia de Pablo Neruda

Não te quero senão porque te quero


e de querer-te a não querer-te chego


e de esperar-te quando não te espero


passa meu coração do frio ao fogo.



Te quero só porque a ti te quero,


te odeio sem fim, e odiando-te rogo,


e a medida de meu amor viageiro


é não ver-te e amar-te como um cego.



Talvez consumirá a luz de janeiro


seu raio cruel, meu coração inteiro,


roubando-me a chave do sossego.



Nesta história só eu morro


e morrerei de amor porque te quero,


porque te quero, amor a sangue e fogo.


CLUBE DA ESQUINA

O Clube da Esquina foi um movimento musical nos anos 60 em Minas Gerais formadores de gerações de jovens admiradores até hoje no Brasil. Entre suas formações temos Minton Nascimento, Márcio Borges, Lô Borges, Flávio Venturini, Fernando Brant, Wagner Tiso, Beto Guedes, tavinho, Toninho Horta e Vermelho. Com letras de poéticas e simples, o grupo conseguiu seguir uma harmonia sem a imagem de líder de grupo, mas sim o sentido de levar a boa música para o povo.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Artigo do Jornal "O Globo"






Interessantíssimo conteúdo histórico do artigo "HISTÓRIA" do Jornal O Globo no dia 13 de junho de 2009, revelando um rico acervo em São Luís do Maranhão nas prateleiras do arquivo do Tribunal de Justiça deste estado.

O acervo guardado por longos anos e descobertos pelos técnicos do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), guarda processos de alforria, inventários, testamentos, disputa de propriedades e ações criminais envolvendo escravos.

Processos como o da escrava Liberata que recorreu a justiça para aquisição de sua alforria, constata o que o historiador Flávio Gomes e o embaixador e historiador Alberto da Costa e Silva mencionam o caminho de escravos conscientes e participativos nas questões que garantiam seus direitos.

Pondo por água a baixo a tese da elite senhorial da época que os escravos não passavam de seres inferiores. Mas os documentos revelam ao contrário, escravos buscando seus direitos , inclusive com ajuda de abolicionistas, mediante processos contra seus senhores.

Ainda há muito que pesquisar e revelar através dos documentos (fontes) a nossa formação social e capitalista ou pré-capitalista no Brasil.





terça-feira, 16 de junho de 2009

AS VIVANDEIRAS



O universo feminino sempre foi tratado de forma polêmica pelos pesquisadores. O movimento feminista na década de 60 do século XX contribuiu para o enfoque da História da Mulheres. A partir daí, a construção da oposição masculino versus feminino levaria o uso do termo "gênero" para a teoria da diferença sexual. 
Teorias a parte, este universo feminino esteve muito bem representado pelas Vivandeiras, principalmente no século XIX no Brasil. Essas mulheres estiveram representando sua força até na Coluna Prestes. Muito comum na região sul do país, ajudaram a formar as fronteiras do Brasil. Mas o assunto será delimitado no rastro das tropas do Império do Brasil na Guerra do Paraguai.
As Vivandeiras eram comerciantes, amantes profissionais, enfermeiras, domésticas dos soldados e muitas vezes pegaram em armas para defenderam seus interesses, ou seja, filhos e seus amantes. Elas brigaram pelo seu espaço e pela sua sobrevivência e formaram com muita relevância a formação estrutural da família em certas regiões do Brasil. 
Eram também vistas como comerciantes de víveres e despojos de finail de batalha que muitas aproveitavam para recolher. Do ponto de vista para a sociedade do século XIX, as mulheres eram más, inferiores, com apenas importância para os afazeres domésticos e criação dos filhos. Mas para as Vivandeiras essa desvalorização não interferiu como um todo no seu universo feminino. Independentes, corajosas, determinadas em seus objetivos, contribuiram para aquele momento insano da guerra. Viconde de Taunay relata em seu diário na Retirada da Laguna: "(...) o saque desenfreado a que se entregavam os mascates e os acompanhadores do exército também, reclamando  as mulheres o seu quinhão."
Na Guerra do Paraguai, elas tiveram papel fundamental para o conforto dos soldados. Mesmo passando por dramas diversos que causam a guerra, continuaram seguindo as tropas para as seguidas batalhas. 
"Eram prostitutas buscando obter lucros da situação, eram esposas e amantes que seguiam seus companheiros, eram mães que buscavam dar apoio a seus filhos. Elas cuidavam das roupas e da comida de seus companheiros; muitas vezes atendia-nos quando doentes; acudiam os feridos em combate; expunham-se ao fogo e, algumas vezes pegavam em armas. Muitas levavam seus filhos pequenos." (Ricardo Salles, 1990, p.125)
Em uma guerra desprovida de piedade e nem dó, as mulheres que seguiam as tropas, enfeitaram com sua coragem e "justificaram" as carências de sentimentos dos soldados. 
"A vida de vivandeira de carreira era curta e triste: das saias da mãe, ainda menina aos braços de um oficial. Não havia preconceito de idade: minenas de treze anos se entregavam a oficiais sexagenários, lipavam galões e bronzes do oficialato(...)" (Perridji, 2003. p.42)
Como guerreiras, amantes, comerciantes, mas acima de tudo, como mulheres, as Vivandeiras deixaram uma lacuna para ser pesquisado com mais profundidade na História das Mulheres. 
  
Bibliografia:
Conde D'Eu em "Viagem Militar ao Rio Grande do Sul"
Joseph e Maurício Pernidji em "Homens e Mulheres na Guerra do Paraguai"
Ricardo Salles em "Guerra do Paraguai: escravidão e cidadania na formação do exército"
Alfredo D'Escragnolle Taunay em "A retirada da Laguna"