sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Os santos do catolicismo


Como entender a prática do culto aos santos da Igreja Católica e o que são esses cultos?

Primeiramente temos que analisar os cultos dos deuses greco-romanos. A religião antiga, como muito bem definida pelo historiador do século XIX Fustel de Coulanges, era vista como parte da vida social, econômica e política das cidades antigas. Cada cidade-estado tinha sua religião, seu fogo sagrado, seus cultos, seus deuses; não havia uma concepção de pátria ou nação, mas sim a terra dos pais (terra patria). As urbes seguiam seu deus como: Apollo, Atlas, Netuno, Hércules, dentro outros. Cada família tinha seu fogo sagrado que carregavam através da família paterna desde gerações. Cultos tratados seriamente durante gerações e que ditavam as regras e leis da família paterna (sempre representado pelo pai). As cidades quando em guerra, levavam seus deuses com os soldados como se fossem uma coisa única para combater outros inimigos e o deus inimigo.

Como retirar esta prática de muitos anos já enraizada nos povos antigos? De que forma a Igreja Cristã, aceita pelo imperador de Roma Constantino no século IV, fosse bem vista aos novos e futuros cristãos? Naturalmente não foi tarefa fácil e tão pouco rápida para os moldes da época. Mudar conceitos e tradições de povos seculares para uma doutrina nova e progressista, precisou de argumentos fortes e dissimilados, assim como todas as religiões usam para busca de novos adeptos.

O culto aos santos da Igreja Católica com o culto aos deuses antigos não é mera semelhança, mas prática milenar enraizada que perduram desde os povos antigos. A adoração de imagens, deuses ou a um único deus, remonta desde dos antigos Sumérios e Babilônios, na meso-américa (Incas, Astecas e Maias), África e na Ásia. A prática da adoração de deuses ou deus-único foi evoluindo conforme a mudança na formação política e alianças entre poder e igreja. No caso da Igreja Cristã, a união do rei franco Pepino, o Breve, ungido pelo Papa e posteriormente a mesma prática feita por Carlos Magno, filho de Pepino, tornando-se imperador de Roma e representante maior da Igreja Cristã do Ocidente, foi a maior prova dessas alianças superiores.

Santos e divindades que adoramos ou odiamos, são produtos naturais que o homem busca para praticar seus preceitos com o novo mundo. Aceitar novas doutrinas não requer necessariamente afundar toda a tradição que antes praticava no abismo, mas sim conciliar o antigo com o novo, maior prova disso foi a união de orixás africanos dos escravos no Brasil com os santos da Igreja Católica.

Há algo de pagão em todas as religiões!
Imagem: Visão da cruz por Constantino diante de seus soldados para conquista de uma batalha.

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